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Será que os LLMs superam o desempenho humano?
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Desde a popularização dos LLMs, fomos inundados com previsões sobre os riscos da IA. Mas, um artigo recente mostra que o cenário não é bem esse.

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LLMs

Se você não vive em Netuno, já ouviu falar sobre os modelos grandes de linguagem (LLMs) e suas capacidades fantásticas. É provável que você também já teve a oportunidade de ouvir sobre os riscos que eles representam para a humanidade, o planeta, o universo, a ciência, os empregos, as amebas e para tudo mais que algum profeta do apocalipse possa se lembrar. Parte desse alarde é pura propaganda, parte é ignorância mesmo. Criticam os LLMs porque eles são simulações (?), modelos lineares (cuma?), modelos estatísticos (!?!), feitos por gente que não sabe o que é linguagem, cognição, não leram Chomsky, blablablá… Enfim, no meio da histeria, a discussão real sobre as potencialidades desses modelos passa ao largo.

É evidente que as capacidades propagandeadas pelas Big Techs são um exagero. Mas essas constatações não respondem à questão central: qual é a capacidade real desses modelos? O problema dessa pergunta é que é difícil avaliar LLMs. Ainda não existem testes padronizados nem consenso sobre como avaliá-los. Mas, recentemente, um grupo de pesquisadores publicou um artigo com uma avaliação bem interessante. E os resultados são decepcionantes para os LLMs.

O Trabalho

O rápido avanço dos LLMs levou à superação do desempenho humano médio em várias tarefas complexas. Consequentemente, criar avaliações desafiadoras, de alta qualidade e realistas tornou-se uma tarefa mais difícil. Para resolver esse problema, um grupo de pesquisadores realizou um exame das capacidades dos LLMs na geração de código para resolver problemas autênticos de pesquisa científica. O artigo contou com a colaboração de cientistas e pesquisadores de IA e de 16 subcampos diversos das ciências naturais. Essa colaboração permitiu aos autores criar um benchmark de codificação com curadoria de cientistas conhecido como SciCode.

O que é SciCode?

SciCode é uma proposta de benchmark contendo problemas de geração de código extraídos de diversos campos das ciências naturais.  Eles incluem matemática, física, química, biologia e ciência dos materiais. O SciCode contém 80 problemas principais, cada um decomposto em múltiplos subproblemas, totalizando 338.

Um problema principal é uma tarefa primária que precisa ser solucionada. Ele define o objetivo geral de uma pesquisa e orienta a direção do estudo. Cada problema fornece o histórico científico quando necessário, bem como instruções detalhadas. Para resolvê-lo, o modelo deve implementar várias funções Python – uma para cada subproblema – e, em seguida, integrá-las em uma solução completa. Os subproblemas se concentram em questões derivadas do problema principal. Eles decompõem o problema principal complexo em partes menores e mais gerenciáveis, permitindo uma investigação detalhada e sistemática. Para cada problema principal e subproblema, o SciCode fornece soluções padrão-ouro e múltiplos casos de teste.

scicode LLMs

Exemplo de problemas e subproblemas do SciCode.

Os critérios do SciCode

O SciCode visa superar os desafios das avaliações atuais de LLMs. Para tanto, ele se baseou nos seguintes critérios:

  • Foco intencional em áreas de ciências naturais.

  • Fornecimento de dados abundantes de alta qualidade que normalmente não são disponibilizados aos LLMs atuais. Isso permite uma avaliação mais robusta da capacidade de generalização dos modelos.

  • Fornecimento de dados com alta qualidade de anotação, com todos os problemas anotados, revisados e verificados por pelo menos dois pesquisadores seniores (nível de estudante de doutorado ou superior) em domínios científicos.

  • Exposição dos modelos a problemas realistas e atuais provenientes das tarefas diárias de cientistas.

  • Os problemas foram selecionados para ter sobreposição zero com conjuntos de dados disponíveis publicamente para evitar possíveis contaminações dos dados.

  • Problemas desenhados para testar as capacidades abrangentes dos LLMs. Para resolver o principal problema, um modelo precisa possuir um profundo conhecimento científico, fortes capacidades analíticas para decompor problemas complexos em problemas mais simples e a capacidade de integrar soluções parciais em completas.

  • Esse protocolo também inclui oportunidades para avaliar vários recursos dos modelos em configurações variadas, alternando opções.

O Experimento

Os modelos de LLMs foram avaliados usando prompts de disparo zero (zero shot). Também foram usados prompts gerais e design diferentes para informar o modelo sobre as tarefas. Os prompts foram mantidos iguais para os diferentes modelos testados e para as áreas do conhecimento usadas.

O artigo avaliou os seguintes LLMs:

  • GPT-4o
  • GPT-4-Turbo
  • Claude3.5-Sonnet
  • Claude3-Opus
  • Claude3-Sonnet
  • Gemini 1.5 Pro
  • Llama-3-70B-Instruct
  • Mixtral-8x22B-Instruct
  • Deepseek-Coder-v2
  • Qwen2-72B-Instruct

O desempenho dos LLMs

Os LLMs testados conseguiram resolver de 14% a 26% dos subproblemas. Entre eles, Claude3.5-Soneto teve o melhor desempenho, com uma taxa de acerto de 26%. No entanto, todos os modelos tiveram um desempenho muito pior na avaliação mais realista e desafiadora para os problemas principais. Claude3.5-Sonnet também teve o melhor desempenho neste cenário, mas com uma taxa de sucesso de apenas 4,6%. Portanto, apesar de todo alarde e propaganda, os LLMs estão muito longe de ter desempenhos excelentes. Mas isso não altera suas capacidades de serem excelentes ferramentas.

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